Roberta nasceu em uma quinta-feira chuvosa por volta das nove e trinta e oito da manhã. O dia era cinza e o tempo estava frio, mas essa menina nasceu para ser feliz mesmo o dia não favorecendo. Aos três anos pintou a parede do seu quarto com lápis colorido. Sua mãe não gostou nada e mandou pintar tudo de verde. Roberta chorou por cinco minutos e olhou para o novo verde do seu quarto. Ela passou sua infância em uma selva cheia de aventuras.
No dia em que completou dezesseis anos, ela estava em um mercadinho perto de casa, e enquanto pegava um extrato de tomate para a sua mãe, ela avistou um belo rapaz. Foi o seu primeiro amor. Desde esse dia ela abria todas as latas de molho de tomate da casa e jogava fora só para sua mãe pedir para ela comprar mais. Roberta nunca soube o nome daquele rapaz, nunca mais o viu, nem sequer trocou um oi, entretanto, ela sabia que ele fora o seu primeiro amor. Depois disso insistiu que pintassem seu quarto de amarelo com tonalidades vermelhas. Ela viveu sua primeira decepção amorosa não correspondida.
Quando Roberta completou vinte e dois anos decidiu morar sozinha, alugou um apartamento e começou a reformar. Ela comprou tintas e pintou cada cômodo como quem pintava uma obra de arte. Depois que pintou o todo o apartamento Roberta chorou, chorou como nunca havia chorado. Ela agora tinha um lar. E está a procura de uma aventura igual a que viveu na sua infância e um amor como o que nunca viveu na adolescência.
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Há 7 anos